Dia 24 de janeiro de 1959. Há 62 anos nascia em Ougrée, na Bélgica, aquele que haveria de se tornar um dos grandes nomes mundiais das balizas, e que defenderia a do Benfica na década de 1990, brilhando com grandes exibições. Parabéns, Michel Preud'homme!
Ainda muito recentemente, de forma a celebrar os 125 anos, a federação de futebol belga lançou aos adeptos uma votação, na sua página oficial, do melhor onze da história daquele país. Michel Preud'homme bateu os "concorrentes" Jean-Marie Pfaff, que brilhou no Bayern Munique, e Thibaut Courtois, atual guardião do Real Madrid, e foi eleito melhor guarda-redes de sempre, num onze onde entrou o defesa-central do Benfica Jan Vertonghen e ainda o antigo médio encarnado Axel Witsel.
Michel Georges Jean Ghislain Preud'homme chegou ao Standard de Liège com apenas 10 anos, tendo feito toda a sua formação no clube belga, até subir à equipa principal (1977). Seria bicampeão nas épocas 1981/82 e 1982/83. Em 1986, mudou-se para o KV Mechelen (também conhecido como Malines), onde ganhou os maiores títulos da sua carreira: a Taça das Taças e a Supertaça Europeia. Ali permaneceu até 1994.
Considerado o melhor guarda-redes do Mundial de 1994 (jogado nos Estados Unidos da América), Michel Preud'homme, vencedor do troféu Lev Yashin, chegou a Lisboa com 35 anos e uma bagagem cheia de promessas.
Ao longo de cinco épocas – de 1994/95 a 1998/99 – e 199 jogos oficiais pelo Benfica, Preud'homme não só cumpriu as expectativas como as superou largamente, confirmando todas as suas qualidades com exibições inesquecíveis. O primeiro guarda-redes estrangeiro e primeiro belga da história do Benfica teve, porém, a infelicidade de defender a baliza encarnada numa fase menos positiva do Clube no plano desportivo. Michel ajudaria à conquista da Taça de Portugal em 1995/96.
Preud'homme foi estrela no Benfica até 1999, quando encerrou a carreira. A 10 de agosto desse ano aconteceu a despedida de um dos melhores futebolistas que alguma vez jogaram em Portugal.
Aos 40 anos, "Saint Michel" pendurou as chuteiras num jogo particular contra o Bayern Munique. Foi substituído pelo argentino Bossio – naquela que foi a estreia oficial pelos encarnados – e, nos minutos seguintes, os cerca de 80 mil espectadores presentes nas bancadas do velho Estádio da Luz aclamaram-no de pé, enquanto dava uma volta olímpica. Era o fim de uma vitoriosa carreira.
"Só no Benfica é que existe uma coisa destas", exclamou Michel Preud'homme, emocionado, ainda no relvado da Luz, aos jornalistas, destacando, na hora do adeus, a dimensão do Clube e a forma como os adeptos portugueses vibram com o futebol.
"O Benfica é, sem dúvida, o maior dos três clubes que representei. Tem uma dimensão impressionante e mexe com as pessoas de uma forma que não acontece na Bélgica. Merecerá sempre a minha preferência", garantiu na altura da despedida.
Ainda no Benfica, Preud'homme desempenhou o cargo de diretor de Relações Internacionais, mas em 2000 regressou ao Standard de Liège, como treinador e diretor desportivo, tendo conquistado como técnico, para aquele clube, o campeonato belga na época 2007/08 (após um jejum de 25 anos). Assumiria o final da carreira como treinador em 2019/20...
"Quando pensas no Benfica pensas naturalmente no Michel Preud'homme, que tem história no Clube", disse Philippe Montanier, o treinador do Standard Liège, na altura em que o Benfica visitou o clube belga, em jogo da Liga Europa, em dezembro de 2020.
Hoje em dia, Michel Preud'homme é vice-presidente e diretor desportivo do Standard de Liège.
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